quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Por que votar? Artigo do @astorwartchow


            Por que votar?      

Astor Wartchow
Advogado
           
            A crise do sistema político representativo não é uma particularidade brasileira. O sentimento de frustração popular também é percebido na Europa e nos Estados Unidos. As disputas políticas em geral têm se caracterizado em mera luta pelo poder. O poder pelo poder. Ou o poder para obter vantagens e enriquecimento pessoal.
            Não necessariamente em defesa da geléia geral, mas explicando e tentando justificar a confusão, também é verdade que devamos reconhecer que a atualidade mundial é de absoluta inquietude, inconstância e com graves crises cíclicas. Crises sociais e econômicas que começam discretas, locais e setoriais, para logo, logo, serem escandalosas, interregionais e gerais.
            A freqüência das crises e suas características diferenciadas têm causado grande confusão nos governos, nos partidos políticos e naquilo que identificávamos como suas convicções ideológicas. Dito de outro modo, objetiva e resumidamente, nem o mercado tem mais a capacidade de auto-regulação, e nem o estado tem o poder de resolução e “apagar incêndios”.
            Ultimamente, entre nós brasileiros, as faces mais comuns e freqüentes da degradação do processo político-partidário têm sido o clientelismo, a corrupção e o cinismo. Conseqüentemente, não é a toa que a população rejeita e hostiliza a política. Os jovens em sua maioria a ignoram quase que por completo.
            O que mantém as aparências e dissimula nossa crise de representação é a obrigatoriedade do voto. Em outros países, notadamente na Europa, os índices de abstenção servem como referência para denunciar e rechaçar as disputas políticas medíocres e seus métodos.
            Assim, desinteresse popular, abstenção e voto nulo funcionam como forma de crítica e denunciam as práticas e métodos políticos que não oferecem alternativas, que confundem a opinião pública, e que, dia após dia, tornam os partidos cada vez mais iguais entre si. Programática e comportamentalmente.
            Diante do descrédito na política e nos políticos, e frustrados com a (deliberada ou não) geléia ideológica, a pergunta dominante entre as pessoas sempre era a seguinte: em quem votar? Mas, ultimamente, a pergunta é outra: por que votar?
            Essa pergunta revela e confirma a gravidade do momento que vivemos. Possivelmente, há dois aspectos extremamente danosos na política brasileira. Primeiramente, o estado brasileiro é exageradamente centralizador e arrecadador. Há poder e dinheiro demais em Brasília.
            O segundo ponto diz respeito ao poder legislativo. Teoricamente, um poder soberano. Mas, na pratica e de modo crescente e objetivo, é, hoje, absolutamente submisso ao poder executivo. Resulta disso, em moto contínuo, que não há mais representantes do povo. O objetivo principal de vereadores e deputados é fazer parte do governo!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

"Nos próximos dias, começo a viver meus 96 anos" (e você se queixa da vida)


O título do post é a resposta que recebi do General Marsilac ao lhe perguntar quantos anos ele completaria.

Hoje, relendo a correspondência (sim, assim que se chama e-mail para quem tem mais de 70), encontrei o texto do Alípio, que reproduzo em parte.

Após perder meu e-mail, ele desculpou-se pela gafe, justificando:

"Também não é para menos, pois já estou beirando os 90 anos, apenas IDOSO.
Velhice não depende de cronologia.
Está cheio de velhos e velhas por ai com 50 ou 60 anos:
- Só falam em doenças, besteiras, mal humorados, desanimados, se queixam de tudo, nada lhes satisfazem e são mal educados.
ESTES SÃO VELHOS com 55 anos ou menos".

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Você pode escolher não votar e deixar tudo como está

Tá bem. Eu entendo que é chato, que aparecem pessoas que tu nunca viu antes dizendo que são candidatos  e que vão melhorar sua vida, a sua casa, o seu cachorro, o nosso mundo.
Mas tu tem a opção de não escolher ninguém, de ficar de fora, de não votar. Não votar pra prefeito, nem pra vereador, que são as eleições desse ano.

Pra ficar de fora, tem três opções:


  1. Sair viajar e depois justificar dizendo "Eu não votei nisso!" (confesso que já fiz isso uma vez, na eleição pra presidente)
  2. Votar em branco, que é quando tu aperta aquele botão escrito branco, é o mais morno que tem, é um quase grávido. Tu usa teu voto pra não votar, não me parece muito lógico, mas...
  3. Também pode anular o voto. O que é o pior. Vai na urna, tecla 666, por exemplo, e confirma. Pronto, isso é coisa do capeta. Pois, ao fazer isso, está votando pra ficar de fora. O voto é anulado, não é contabilizado. Vai eleger gente ruim com menos votos (os válidos, que foram contabilizados pra fazer a média - quociente eleitoral). Também fica mais fácil para os bons, tenho que admitir.

E o que isso muda? Nada! 

Essas 3 opções não vão melhorar a tua vida e o mundo não vai ficar rosa. Aquele mundo lá do início,que o candidato aquele prometeu.

Mas pra que tanta propaganda?

Pelo mesmo motivo da coca-cola. Um candidato nada mais é que um produto. E cada um quer ser mais bonito que o outro, ter olhos mais azuis e muito mais photoshop. Isso é a primeira parte.
Tem também a questão de ter propostas melhores, de ter currículo, de saber como é feito e ser difernte da Pepsi. E pra isso vale rádio, tv, internet, panfleto, rede social. Por quê? Porque são os meios de comunicação, os veículos e é onde estamos, onde vivemos e às vezes gastamos ou perdemos nosso tempo. Nenhum candidato vai fazer propaganda pra o urso da coca-cola, na Antártida.

O que fazer?

Optar pelo melhor refrigerante. Escolher! Conhecer as propostas, saber quem é o candidato, pesquisar seu nome no Google, na internet e votar naquele que tu considerar melhor. Ficar de fora é deixar que os outros te digam o que querem e que tu vai ter que acatar. É como aquela vó que te fez usar camisa azul calcinha com calça branca. É isso que tu quer?

Faça isso. Participe, questione, pesquise no Site do TSE