Segundo o site Dicionário Informal, a
expressão “diz-se de uma coisa que nem você acredita muito que vai acontecer,
mas mesmo assim, por conveniência, obrigação ou irresponsabilidade mesmo, jura
que vai ser um sucesso. A audiência, em geral, logo percebe e pensa (muitas
vezes só para ela mesma) que quem está fazendo o discurso ou defendendo a tese
é um enganador”.
Sobre as eleições 2014, esta é a máxima que
tem pautado as discussões nos meios midiáticos e políticos do país. Com a
campanha eleitoral para a presidência deflagrada por Lula em fevereiro, quando
lançou Dilma à reeleição e desafiou adversários a fazer comparações,
iniciaram-se os périplos de presidenciáveis pelo país e as estratégias dos
candidatos.
Apesar das divergências políticas,
ideológicas e até religiosas que devem delinear o próximo pleito, todos os
postulantes a cadeira presidencial afirmam em uníssono que devem deixar o
debate eleitoral para 2014 e “juram de pés juntos” que não são concorrentes, à
exceção de Aécio Neves, cuja oposição ao atual governo já o credencia a
apresentar-se como alternativa.
Capitaneando milhagem pelo Brasil, Dilma foi
ao Nordeste “inticar” Eduardo Campos, que veio ao Rio Grande do Sul, onde, por
pouco, não se encontraram novamente. Aécio já passou por São Paulo, Rio, Minas
e deve aportar novamente no estado em breve. Para Marina Silva, a caminhada
ainda é mais árdua, porque, antes de afirmar candidatura, ela precisa fundar
oficialmente (com CNPJ) seu não-partido.
À exceção da presidente, que goza de zona de
conforto com altos índices de aprovação e se aproveita das benesses da “máquina
pública” para sua não-campanha, as estratégias se assemelham. Os demais
aspirantes são (ou serão), em geral, presidentes nacionais de suas siglas e
percorrem o país realizando palestras e recebendo homenagens e títulos.
Com essa habilidosa artimanha, partidos e candidatos
escamoteiam a propaganda eleitoral antecipada, agendam pautas na mídia e
asseguram visibilidade, além de divulgarem plataformas, propostas e se
posicionarem perante o eleitorado. O Tribunal Superior Eleitoral – TSE, assiste
a tudo em silêncio sepulcral, pois, para o regramento das eleições 2014, a
regulamentação só se dará em março próximo.
À parte de pagar a conta dessas campanhas com
nosso dinheiro público (o Fundo Partidário sustenta as agremiações, e a
presidente usufrui de seu cargo), há a valorização da discussão da política, o
conhecer dos candidatos, a tese e antítese de cada tema pertinente ao Estado
brasileiro.
Em qualquer circunscrição, quem não quer antecipar
a discussão eleitoral é o governo. Governistas são avessos ao contraponto de
seu exercício de governar. É um erro à cidadania não debater e participar. Afinal,
“Os homens não poderiam viver muito tempo em sociedade se não se deixassem
enganar uns pelos outros.” (François de La Rochefoucauld)
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