Mundo | 27/10/2010 | 11h24min
Morre o ex-presidente argentino Néstor Kirchner
Kirchner sofria de problemas cardíacos
Atualizada às 12h09min
Néstor Kirchner, ex-presidente entre 2003 e 2007, e marido da atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner, morreu nesta quarta-feira, em El Cafalate (sul), onde foi internado pela manhã por problemas cardíacos, informou a imprensa local.
— Foi uma morte súbita — declarou o médico pessoal do ex-presidente, Luis Bunomo.
Néstor Kirchner estava com a esposa e presidente Cristina Kirchner na residência da família em El Calafate, província de Santa Cruz, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve que ser levado às pressas para um hospital.
O deputado, líder do governante Partido Justicialista e secretário-geral da Unasul, havia sido internado em caráter de urgência em fevereiro por um problema na artéria carótida direita e em setembro sofreu uma obstrução em uma artéria coronária.
Perfil
Advogado, Néstor Kirchner despontou no cenário político nacional da Argentina apenas em 2003, ano de sua eleição para a Casa Rosada. Ele se aproveitou do cansaço da população com a política tradicional, na esteira da grande crise econômica de 2001 e 2002, para sair da pouco importante província sulista de Santa Cruz, que governou por 12 anos, rumo à presidência.
No primeiro turno, apoiado pelo presidente Eduardo Duhalde, obteve 22% dos votos, ficando atrás do ex-presidente Carlos Menem. No segundo turno, quando as pesquisas indicavam sua derrota, Menem desistiu da candidatura, alçando Kirchner ao governo.
As baixas expectativas iniciais não impediram que ele fizesse uma administração com forte apoio popular, ao reerguer a Argentina da crise - a economia do país cresceu em média perto de 9%. Outra marca de seu governo foi a busca pela punição dos crimes da ditadura militar (1976-1983), com a revogação das leis de anistia promulgadas nos anos 80.
Após deixar a presidência, Kirchner prometeu se recolher aos bastidores, mas acabou assumindo a presidência do Partido Peronista e encabeçando a chapa governista nas eleições legislativas de 2009, quando conquistou uma cadeira de deputado.
Em fevereiro deste ano, enfrentou uma acusação judicial e uma saraivada de críticas, após a revelação da informação de que comprou US$ 2 milhões, em outubro de 2008, em meio à crise financeira mundial.
Kirchner já havia sido internado às pressas em outras oportunidades. Em 2004, teve de ser operado emergencialmente em Río Gallegos, sua cidade natal e capital de Santa Cruz, devido a uma hemorragia, decorrente de gastroenterite.
Desde então, o líder argentino teria adotado uma dieta frugal, eliminado o consumo de álcool e deixado de fumar. Kirchner completou 60 anos no dia 25 de fevereiro.
AFP
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