quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Análise do @cesarmaia sobre as ações de violência no RIO

TRÁFICO E TERROR URBANO: O MÉXICO COMO A PRÓXIMA ETAPA???? 

1. Os atos típicos de terror, com veículos incendiados, podem até ter as razões que o secretário de segurança do RJ alega. A questão básica é que ao mesmo tempo em que -literalmente- "se apaga incêndios" reprimindo para acuar e inibir novas ações, os órgãos de segurança -do Estado do Rio e do Governo Federal, deveriam estar avaliando porque se introduziu este tipo de ação e a que isso poderá conduzir. 

2. Os arrastões,( esse Ex-Blog- insiste), que começaram há meses atrás, entraram no vácuo deixado pela retirada da PM do policiamento de transito. As razões foram aqui apresentadas por duas vezes. O desdobramento desses, em atos de 'terror' contra veículos, incendiando-os sem roubar, (que é o que os caracteriza como 'terror'), é que deve ser bem analisado. 

3.Uma hipótese mais simples, e direta, é a associação do PCC ao CV no Rio. Fazendo fé na informação que as facções aqui estariam atuando conjuntamente, se reforça essa tese. Os atos tipo 'terror' foram usados em SP pelo PCC, em 2006.  ( Terra- 15\05\2006- "A terceira noite da onda de violência provocada por criminosos em São Paulo foi marcada por ataques a bancos e ônibus na Grande São Paulo.  Em outra frente de atuação, os criminosos incendiaram pelo menos 66 ônibus urbanos.) 

4.O PCC conseguiu em SP unificar as facções. A prática levou a isso.  Pode ser outro importante indicador da orientação do PCC. Afinal onde está o PCC é ele que comanda os presídios. Com a presença das UPPS e -paradoxalmente- das milícias, (conforme mostrou o Globo duas semanas atrás em trabalho do ex-capitão do Bope, Paulo Storani, ), o tráfico ficou com menos territórios. Faz sentido estabilizar as áreas e eliminar o confronto entre facções. 

5. Isso é possível e até provável. Mas o que preocupa demais, é quanto ao futuro. O tráfico com essas ações de terror, que se somam a outras onde veículos foram explodidos com colocação de bombas profissionais para eliminar adversários, apresenta no Rio uma nova faceta. Pode ser uma retaliação às UPPs. Mas isso indica uma outra etapa do crime organizado aqui e do uso de novos instrumentos? 

6. Vide os Cartéis mexicanos. A experiência e os recursos, levaram-nos a uma sofisticação dessas organizações, diversificação dos objetivos do crime, terceirização de sicários e de segmentos das ações, uso de novas armas e métodos, a um ponto que o enfrentamento mesmo sendo feito em conjunto entre as Forças Policiais e as Forças Armadas, gera um quadro de guerra civil de média intensidade. 

7. Dessa forma -prevenir para que não se chegue a este ponto, deve ser do interesse de todos, incluindo as FFAAs. Para isso há que se analisar com lupa, diagnosticar com precisão e ir além dos fatos desses dias. O que não se pode, é correr o risco de estarmos saindo do tráfico de drogas no varejo das favelas, para a regionalização,estabilização e unificação das facções, para o aprendizado de atos de terror e -o que seria  trágico- chegar-se a uma estrutura que apontasse na direção dos Cartéis mexicanos. Analisar e prevenir tem custo insignificante perto do que poderia vir, se isso não for feito. 
 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O bode na sala do Henrique Meirelles para a @dilmabr (via @cesarmaia)

RAZÕES ESPERTAS PARA SAÍDA DO MEIRELLES DO BANCO CENTRAL!

1. Com a experiência acumulada do Meirelles no setor privado, onde aprende disciplina, em sua candidatura vitoriosa a deputado federal pelo PSDB de Goiás em 2002 e nesses oito anos de governo Lula, onde adquiriu até status de ministro, não se concebe uma atitude juvenil como essa, criando constrangimento à presidente pelos jornais. "Só fico com autonomia", disse. Então por que vazou para a imprensa essa "exigência"?

2. Elementar a dedução. 2011 será um ano difícil. A inflação pelo IPCA aponta para 7% a 8%. Pelo IGP-FGV já passou disso, e com todo o câmbio valorizado, o que não é comum. A taxa de juros terá que subir. O crescimento do PIB vai cair para 3%, ou menos. Um juro maior atrai capital de curto prazo. O câmbio é pressionado para ficar como está. Mas a balança comercial -especialmente para o setor industrial- não resiste mais esse câmbio. O déficit em conta corrente vai para pelo menos 60 bilhões de dólares. Mas desvalorizar o real por intervenção empurra ainda mais a inflação para cima e afeta a expectativa do mercado no novo governo. Ou seja: se ficar o bicho pega; se correr o bicho come.

3. Meirelles quer continuar com sua imagem pessoal sem mácula e forçou sua saída para que não tenha que enfrentar 2011 como presidente do Banco Central e ser cogestor de um ano de recessão, inflação alta, juro crescente, problemas cambiais e na conta corrente do balanço de pagamentos. E assim, promoveu um golpe esperto: criou um incidente e sai sem pedir, mas por decisão do novo governo. Esse jogo só agrava a expectativa que se tem sobre 2011. Sinal mais claro não poderia ocorrer.


fonte: ex-blog Cesar Maia

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

fim do trenzinho da alegria colorado da BM do @coroneltrindade

É inadmissível que o Estado pague a soldados para assistir ao jogo do Inter. Pior é o argumento utilizado pelo Comandante, que já defendeu que a BM poderia auxiliar na segurança dos brasileiros e que agora está preocupado com a copa de 2014. Esquece-se de que não tem poder nenhum fora do Brasil. Vai ter que assistir ao jogo pela TV.

Suspensa autorização dada pelo governo gaúcho para a Brigada Militar ir a Abu Dhabi

Estado deverá recorrer da decisão, segundo o comandante-geral da BM

O juiz Sílvio Tadeu de Ávila, da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital, suspendeu o ato do Governo do Estado que autorizava a ida de oficiais da Brigada Militar (BM) a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, durante o período em que o Internacional participará do Mundial Interclubes, em dezembro.

Para o Juiz Sílvio, a intenção da BM de buscar subsídios à segurança da próxima Copa do Mundo, em relação aos jogos que venham a realizar-se no Estado, e o de oferecer apoio aos gaúchos em viagem ao campeonato de futebol no país árabe, não integram as atribuições da corporação.

Em entrevista na Rádio Gaúcha, o comandante-geral da Brigada Militar, Coronel João Carlos Trindade, informou que o Estado deverá recorrer.

— Eu continuo acreditando que é importante acumular conhecimentos e estabelecer uma doutrina. Nós fomos para Copa do Mundo na África e Abu Dhabi é mais uma etapa da nossa preparação para 2014. É um evento Fifa e temos que estar centralizados com a organização. Então é natural que a Procuradoria Geral do Estado apresente o contraponto para tentar reverter essa decisão — explicou o coronel.

A ação foi movida pelo Ministério Público do Estado (MP-RS), sob alegação de desperdício do dinheiro público. De acordo com a promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, as diárias e passagens seriam pagas pelo Estado, com custo em torno de 97 mil.

— Se não tiver como reverter decisão, não tem problema. Nós iremos obedecer à determinação da Justiça. E não terá maiores consequências já que os oficiais não receberam as diárias e ainda não foi paga a passagem aérea. Claro que temos uma certa pressa nessa questão do recurso, já que em Abu Dhabi a rede hoteleira pede a confirmação de reserva e o pagamento com bastante antecedência — informou o camandante-geral da BM.

A ação continuará tramitando na 4ª Vara da Fazenda Pública até decisão final.

fonte

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Artigo: Quem tem medo do Capitão Nascimento?

Publicado na Edição155 do Jornal do Centro, dezembro de 2010


Aqui no Rio, ninguém! Nem tampouco há soldados super-equipados a cada esquina ou bandidos em tiroteios cinematográficos. Há, sim, a preocupação com a segurança pública, com a corrupção e com as ações envolvendo políticos, como em Porto Alegre ou nas demais capitais.
Tirante o justificado aparato em armas e equipamentos, o BOPE carioca não é diferente do BOE - Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar do RS - ou de qualquer outro grupo especializado. Reage e especializa-se desde sua criação ao tempo em que a cidade e a população exigem, funciona dentro de uma organização hierárquica e obedece a ordens como em qualquer polícia militar no Brasil.
O ainda em cartaz Tropa de Elite 2 traz, mais uma vez, a polícia e suas relações sócio-políticas para a tela, inspirados em ações de combate ao narcotráfico nos morros do Rio de Janeiro. A diferença agora é o envolvimento das personagens principais com milícias, a mídia, a política e, conseqüência, os direitos humanos.
Aliar esses componentes é trazer à tona o papel dos programas de segurança pública, que procuram combater a violência geralmente com mais violência ao incentivar a aplicação da força e o incremento do aparato policial (essa é função da polícia militar, principalmente a especializada, ser ostensiva e forte em seus atos).
Por isso o crime se desloca dos morros aqui no Rio, onde existe o entendimento da participação da sociedade, da ressocialização, da necessidade de programas, de se valorizar o policial e implementar pontos fortes de combate, como a “ordem da choque” (ainda incipiente no RJ) e as UPP´s.
São essas e outras siglas e ações que foram apregoadas na campanha eleitoral como soluções instantâneas para os problemas envolvendo a Segurança Pública. Na prática, pouco as conhecemos além dos discursos dos políticos e sua retórica.
Políticos esses que passam a ser protagonistas da estória (e história) no próximo dia primeiro de janeiro - Em paralelo e claramente trazido ao público pelo filme, somaram dividendos políticos e eleitorais em busca da eleição.
Nesse conjunto não há imparcialidade para a mídia. Os fatos têm cobertura à medida que produzem boas manchetes. Nesse caso, quanto mais sangue, mais corrupção, maior número de policiais e políticos envolvidos, melhor!
Exemplo recente foi o evento ocorrido em Copacabana onde participaram cerca de um milhão de pessoas, e a manchete generalizada é a de um rapaz gay baleado por militares do exército. Um preço baixo, eu diria, para o tamanho do evento.
Não estou, com a frase acima, pregando a violência contra homossexuais, muito menos a ação discriminatória que houve, mas sim questionando as ações midiáticas dadas as proporções e, já banalizando o fato, não foi nada demais!
É assim que percebemos a segurança pública. Ela não nos afeta diretamente enquanto não fizermos parte das manchetes. “Bandido bom é bandido preso!” (ou morto, dependendo da situação e do interlocutor).
Esses também são pontos levantados por um dos protagonistas da estória dirigida por José Padilha. Os direitos humanos servem pra quem? Segundo o filme, para os bandidos e para os políticos de esquerda angariar votos defendendo os direitos da vida alheia. Para a população, não!
Subliminarmente, o contraponto se daria pela direita, que prega a ordem a qualquer preço e tem como um de seus braços a polícia militar. No filme, a atuação de Wagner Moura no combate aos bandidos e aos políticos é aplaudida várias vezes, principalmente quando este espanca um deputado, causando euforia na platéia!
Nem esquerda nem direita, nada disso importa, e o filme é mera ficção. A opinião pública é a que importa. E, no momento, ela quer bandido preso e a sensação de segurança constante.
Quando falamos em segurança pública, são vários os setores da sociedade envolvidos e com interesses distintos e algumas vezes escusos. É preciso ter medo do Capitão Nascimento?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre @zerohora e a banalização da violência no trânsito

Tenho acompanhado ZeroHora.com para me manter atualizado sobre a terrinha.
Contudo, causa-me muita estranheza a capa on-line contabilizando, durante todo o feriadão, o número de mortes, como se nossas vidas fossem meros números.
Claro que a preocupação com a violência no trânsito é pertinente, mas banalizá-la dessa forma é a melhor maneira de conscientizar autoridades e motoristas?

sábado, 13 de novembro de 2010

Dilma é elogiada pelas FARC, mas para Ingrid Betancourt "a política na Colômbia extrai o pior do ser humano,"

O elogio a Dilma e a Entrevista com Ingrid Betancout:


03/11/2010 16h22 - Atualizado em 03/11/2010 19h10

Farc fazem hoje mesmo mal que ditadura fez a Dilma, diz Ingrid

Ex-refém das Farc está em São Paulo para lançar livro de memórias.
'Há interesses para que eu não volte a ser política', disse colombiana ao G1.

Entrevista na íntegra




Em comunicado, Farc elogiam eleição de Dilma

Guerrilheiros destacam que a presidente eleita defende uma saída política para o conflito colombiano

Íntegra da matéria

Recomendo a leitura do artigo do @astorwartchow na @zerohora de hoje

Carta ao governador, por Astor Wartchow*

A presente carta pública, senhor governador, eu já divulgara em outubro de 2007, endereçada à governadora, ora em vias de encerrar seu mandato. No afã de colaborar, e mantida a convicção acerca do alcance e eficácia das sugestões, renovo a remessa, com adaptações.

Há um consenso técnico de que a superação das dificuldades estaduais depende de forte e continuado crescimento da nossa economia e de profundas mudanças institucionais nos modelos de organização e funcionamento dos aparelhos públicos.

Na medida em que há – para isso – evidentes fatores externos e cuja concretização positiva não depende apenas do bom humor e da boa vontade alheia, importa, necessária e prioritariamente, a adoção de medidas exemplares e parcimoniosas no conjunto dos gastos públicos, capazes de mobilizar e catalisar a opinião pública sobre o ânimo do novo governo. Neste sentido, estimo como importantes as seguintes medidas, quais sejam:

(1) Substituição (e realocação) de várias secretarias por departamentos e projetos específicos, com metas e prazos delimitados.

(2) Desestatização da CEEE, Corag, Cesa, Procergs e FEE.

(3) Promover uma desmobilização patrimonial em massa. O Estado não é e não deve ser uma imobiliária. Veja a quantidade de imóveis do Daer, Brigada Militar e Secretaria da Fazenda.

(4) Alterar a lei de dação em pagamento – admitir somente o recebimento em dinheiro, o que resultaria em economia de processos e meios administrativos.

(5) Servidores disponibilizados e subaproveitados podem ser cedidos aos municípios, com divisão de custos e responsabilidade previdenciária, com economia de parte a parte.

(6) Na Secretaria da Educação: dação de toda a estrutura física (terrenos, escolas e ginásios) para os municípios; definição do currículo mínimo-mínimo de alta eficácia; gerar uma lei especial de adição curricular facultada aos municípios (questões locais, língua, etnias, turismo e economia). Consequentemente, o Estado manteria apenas a folha de pagamento dos professores e servidores.

(7) A criação de um Distrito Estadual abrangendo a área do Polo Petroquímico, com legislação própria de retorno e redistribuição do ICMS, de modo a prover um fundo industrial (1), o retorno de ICMS aos municípios consumidores de produtos do Polo (2), e o ressarcimento ao município de Triunfo. Uma compensação temporária, haja vista que seria expropriado (3).

(8) Dedução do valor adicionado municipal incrementado por incentivos fiscais enquanto estes permanecerem vigentes e não quitados, na proporção. Trata-se um absurdo ignorado pela atual legislação: o município incentivado obtém aumento imediato de retorno de ICMS à custa dos demais, ainda que não quitado o débito total ou parcialmente (veja caso GM-Gravataí)!

(9) Legalização formal das microrregiões, lei de incentivo aos consórcios intermunicipais e a criação do orçamento microrregional através da constituição de um índice de retorno de ICMS por desempenho regional (cujos recursos e aplicações ficariam a cargo da microrregião).

Finalizando, o Estado não é um empreendedor, nem é uma imobiliária. Os custos de meios não podem ser maiores que os investimentos-fins. Estado e partidos políticos não são fins. São meios!
*ADVOGADO

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Alguém tinha alguma dúvida de que Dr. Tiririca seria diplomado?

Não? Nem eu! Só judiciário eleitoral em sua busca constante por permanecer nos holofotes é que titubeou!


Presidente do TRE-SP afirma que Tiririca será diplomado

Segundo ele, a decisão que permitiu que o candidato concoresse não está sendo contestada

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Walter de Almeida Guilherme, disse nesta quinta-feira que a decisão do juiz Aloísio Silveira não deve interferir na diplomação do deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR). De acordo com ele, a decisão do TRE-SP, a qual permitiu que Tiririca concorresse, não está sendo contestado e permanece intacta.

— Isso não interfere na diplomação. Ele vai ser diplomado independentemente do resultado e da decisão do juiz — afirmou. — O registro foi deferido e, tecnicamente, não existe nenhuma provocação para que se desfaça esse registro. Isso poderá vir a ocorrer com algum recurso que possa ser impetrado, mas não existe o processo para anular esse registro — disse o desembargador, em entrevista concedida na sede do TRE-SP, na capital paulista.

Segundo ele, tudo indica que Tiririca será diplomado no próximo dia 17 de dezembro. Ele foi o deputado federal mais votado do País em 2010.

— A sentença do juiz não interfere na diplomação. Ele será diplomado independente da decisão.

O juiz ressaltou que cabe recurso aos tribunais superiores.

— Se o juiz absolver, ele está absolvido em primeiro grau da acusação de ter feito uma declaração falsa. Dessa decisão cabe recurso para o TRE-SP, isso se houver tempo antes do dia 17 de dezembro. Porque, se eventualmente o recurso chegar depois do dia 17, quem vai julgar, depois da diplomação, é o Superior Tribunal Federal (STF) — explicou.

— Se o juiz condená-lo, também vai haver recursos, certamente, e vamos aguardar — concluiu.

A audiência prossegue e, ao longo da tarde, serão ouvidas duas testemunhas de acusação e quatro de defesa. O TRE-SP não confirmou as pessoas que irão depor.

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Agora que passou no teste, Tiririca pode ensinar o Lula a ler e escrever.

Tiririca conseguiu ler e escrever em teste, diz TRE-SP

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Walter de Almeida Guilherme, disse hoje que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR), conseguiu ler e escrever o que foi pedido no teste. Indagado se o deputado sabe realmente ler e escrever, o desembargador disse que seria leviano de sua parte se antecipar sobre o assunto. "É o juiz quem vai responder sobre isso."
Segundo o presidente do TRE-SP, Tiririca se submeteu a um teste de leitura e de escrita nesta manhã, durante audiência na sede do TRE-SP. O deputado se recusou a fazer a perícia técnica para comparar sua escrita com a de sua mulher, que teria ajudado o deputado a preencher a declaração de instrução entregue à Justiça Eleitoral. "Ele se recusou e tem base para recusar", disse o desembargador, ressaltando que Tiririca não é obrigado a criar provas contra si mesmo.
O deputado de maior votação no Estado de São Paulo teve de ler a manchete da edição de hoje do Jornal da Tarde - "Procon manda fechar loja que vende itens vencidos" - e um pequeno resumo da reportagem: "Medida inédita suspende as atividades de 11 supermercados da capital durante período de 12 horas. Segundo órgão de defesa do consumidor, a aplicação de multas não surtiu efeito, já que as lojas punidas são reincidentes na infração".
Tiririca também teve de ler o título e o destaque da reportagem de capa do caderno de variedades do Jornal da Tarde: "O tributo final a Senna" e "Estreia amanhã filme que homenageia o piloto brasileiro, relembrando os tempos de glória, as brigas com dirigentes, a rivalidade com Prost e pouco da vida pessoal".
Já o ditado foi tirado da página 51 do livro "Justiça Eleitoral - uma retrospectiva", editado pelo TRE-SP em 2005. A frase é de um texto intitulado "A Justiça brasileira pós Estado Novo", de autoria de José D''Amico Bauab, mestre em direito pela Universidade de São Paulo e servidor do tribunal na capital paulista. "A promulgação do Código Eleitoral em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral".
O desembargador afirmou que Tiririca "deu conta de ler tudo", referindo-se ao texto do Jornal da Tarde. Sobre o ditado, afirmou que o deputado "soube escrever".
Apesar de todo o imbróglio, o presidente do TRE-SP acredita que a decisão do juiz Aloísio Silveira não deve interferir na diplomação do deputado federal eleito. Isso porque a decisão do tribunal que permitiu que Tiririca concorresse não está sendo contestada e permanece intacta. "O registro foi deferido e, tecnicamente, não existe nenhuma provocação para que se desfaça esse registro. Isso poderá vir a ocorrer com algum recurso que possa ser impetrado, mas não existe o processo para anular esse registro", reiterou.

Não é criando cotas que @dilmabr vai ampliar a participação de mulheres na política

Dilma quer um terço de mulheres no ministério
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NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A presidente eleita Dilma Rousseff estabeleceu como meta que um terço do seu futuro ministério seja ocupado por mulheres. A determinação foi dada em reunião com o presidente Lula e a equipe de transição anteontem.

Segundo a Folha apurou, a petista quer uma busca nos partidos aliados por indicações de nomes que tenham "estofo" para ocupar vagas no primeiro escalão. O percentual, disse ela, não é rígido, mas deve ser perseguido para garantir maior participação "delas" no poder.

Também discutiram o assunto os coordenadores da transição Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo e José Eduardo Dutra --além do ministro Franklin Martins (Comunicação Social) e de Gilberto Carvalho (chefe de gabinete do presidente).

A lei já estabelece normas para que partidos indiquem 30% de suas candidaturas às mulheres, mas não há regras para ocupação de cargos.

Foi de Lula a recomendação de ampliar o comando de mulheres em ministérios.

Quando assumiu, ele criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. A iniciativa, porém, não foi suficiente para garantir uma presença forte do grupo no governo. Hoje, há só três ministras no Executivo. Se depender de Dilma, a marca vai quadruplicar.

A principal dificuldade é a oferta de quadros nos 12 partidos que integram a base aliada. As opções mais naturais brotam nos partidos de tendência mais à esquerda: PSB, PC do B e no próprio PT.

O problema é que dois terços das opções apontadas nos bastidores vêm do Legislativo, o que desidrataria as bancadas governistas.

fonte

sábado, 6 de novembro de 2010

na hora de arrecadar dinheiro pra campanha, @silva_marina esqueceu-se da defesa do ambiente e defendeu o bolso

Marina Silva recebeu R$ 3 milhões de setores poluidores
Agência Estado
Empresas como Cosan (uma das maiores produtoras mundiais de cana-de-açúcar), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Suzano Papel e Celulose, Klabin e Bunge, entre outras relacionadas a atividades poluentes, financiaram 12,5% dos R$ 24,1 milhões arrecadados para a campanha da candidata verde.

Marina teve grande parte de sua agenda política pautada pela causa ambiental. Defendeu a criação de uma agência nacional para prevenção de desastres ambientais e o veto às mudanças no Código Florestal que favoreceriam desmatadores, entre outras propostas.

De acordo com sua assessoria, o principal motivo das doações desse tipo de empresa é o modelo vigente de financiamento de campanhas, que obriga os candidatos a arrecadarem em curto prazo. "Só temos três meses para arrecadar os fundos de campanha. Não dá para pedir atestado de 100% de excelência", explica o assessor Nilson de Oliveira. "Não foi firmado nenhum tipo compromisso com as empresas financiadoras".

Segundo ele, os únicos critérios de exclusão se estenderam às empresas de fumo e de armamento. "As condições não permitem criar muitas outras barreiras." Ainda de acordo com Oliveira, as doações de pessoas físicas pela internet chegaram a R$ 169,2 mil.
fonte

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A volta das eleições indiretas

Que a função de vice tem razão de ser mais na composição de apoio e tempo de TV que poder todos sabem. Contudo, quem o elege é a população. Retirar essa função (a de ter sido escolhido para substituir o presidente) e propor eleições indiretas é um retrocesso no processo democrático.



MUDANÇA PÓS-ELEIÇÃO

Projeto esvazia função do vice-presidente

Três dias depois do peemedebista Michel Temer ser eleito para a vice-presidência da República na chapa de Dilma Rousseff (PT), o Senado deu o primeiro passo para aprovar um proposta que esvazia as funções do vice. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou ontem Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que determina a realização de uma nova eleição para escolher o presidente da República se o cargo ficar vago.

Pela regra constitucional em vigor, o vice-presidente assume o lugar do titular em caso de vacância até o final do mandato. Para ter validade, o texto aprovado ontem na CCJ precisa passar pelos plenários do Senado e da Câmara, em dois turnos de votações. A proposta estabelece que o país deverá realizar eleições 90 dias depois da Presidência da República ficar vaga para a escolha do novo chefe de Estado.

De acordo com a nova proposta, se a vacância do cargo ocorrer nos dois últimos anos de mandato do presidente, caberá ao Congresso realizar eleição indireta para escolher o novo presidente.

– A proposta tem o objetivo de enfraquecer o poder do vice. Substituto não é sucessor – disse o relator da proposta na CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Marcelo Nova: "mundo só vai consertar o dia que a mulher tomar o poder"

“Hoje tem um monte de… Hoje tem um monte de mulher na platéia.  Legal.
Hoje é o dia… Hoje é o dia internacional da mulher.
E nós queremos aproveitar a oportunidade porque o Camisa de Vênus tem sido acusado de ser uma banda machista, mas não é nada disso. Na verdade, o Camisa de Vênus é a única banda heterossexual do planeta. Né?
E então a gente não podia  deixar de dizer que nós adoramos as mulheres. Sem você, nós não viveríamos em hipótese alguma. Inclusive eu acho que mundo só vai consertar o dia que a mulher tomar o poder, bicho. Tem mais tato, tem mais sensibilidade, tem mais carinho.
Agora que eu já enchi o ego de vocês pode arria as calçolinhas e vamos lá.”
Ao discurso desbocado de  Marcelo Nova seguiu-se a proibida “Silvia”,  relato de um corno recheado de palavrões sobre a sua mulher infiel. O disco ainda trazia outras duas canções com nomes de mulheres e histórias de violência contra elas: o clássico da banda “Eu Não Matei Joana D’Arc”, que recria a história da heroína francesa,  e “Bete Morreu”, relato de um estupro da garota mais popular da escola.
Uma pena que outra música como nome de mulher tenha ficado de fora do registro: “Lena”.
Marcelo Nova, agora sem o Camisa, vem preparando há tempos um disco sobre mulheres. A aguardar.

Minha homenagem pra @dilmabr

Carlos Drummond de Andrade


 E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?