Não fosse a sorte, principalmente no setor produtivo, que gerou dividendos e avalizou o tão aclamado empréstimo ao BIRD, o bode do caixa quebrado ainda estaria na sala, ampliando a desordem da casa. Sem dinheiro, não se faz. Com dinheiro, ao que tudo indica, se corrompe.
Sem medidas práticas ou eficientes na administração e com integrantes do governo associados aos problemas de malversação do dinheiro público, é difícil acreditar em um "novo jeito de governar". Nada de prático no combate à corrupção tem sido visto por parte de Yeda. Sem outra opção, catapultar secretários para fora da hoste governista tem sido o único método utilizado. Do contrário, a credibilidade e a sustentação do Governo jaziam no palácio.
Prova disso é a troca de Záchia para a SEDAI, visivelmente distanciado da Governadora. Mais recentemente, o pedido de demissão (sugerido?) de Ariosto Culau, secretário do planejamento. Na fila estão Delson Martini, secretário-geral de goveno, e José Francisco Mallman, fiel oriundo da Polícia Federal, responsável pela Operação Rodin – origem da CPI do lamacento DETRAN.
Mas a ciranda de secretários e diretores de autarquias não é suficiente para assegurar apoio (já questionado pela base) ao governo estadual, desgastado desde o final de 2007 com malogro na tentativa de aumentar o ICMS. Também há o descumprimento de promessas de camapanha. O governo vai mal, instável e sem respaldo. O Estado corre perigo!
Não é só isso: o TCE (Tribunal de Contas do Estado) investiga as denúncias de Feijó — o vice intrigante —, com relação ao Banrisul. Foram apontadas irregularidades como dispensa indevida de licitação, subcontratações e evasão de tributos. Esse filme já assistimos em lição ministrada pelos comparsas do DETRAN. Lá, o rombo pode girar em torno de R$ 40 mi; no Banrisil, R$ 100 mi. E ainda tem a casa da própria governadora.
Motivados pela corrupção que assolava o governo, a mídia e a mobilização da oposição (que ainda se mantém rancorosa no RS) derrubaram o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu o impeachment (cassação do mandato). Os gaúchos nunca presenciaram tempos tão evidentes de mau agouro.
À época de Collor, não tínhamos ainda as facilidades que a tecnologia e os "podcasters" (com suas fotos e vídeos) têm de nos manter informados através da internet. Hoje, nem um chopp passa desapercebido.
Precisamos ficar atentos às próximas manchetes!