terça-feira, 29 de abril de 2008

A casa caiu

Publicado no Jornal do Centro (PoA) Edição 122 - Maio de 2008
Comemorar os quinze meses de mandato só se justifica pela necessidade de aparecer. Nesse meio, isso se chama marketing político. É a única explicação para usar pirotecnia publicitária para lançar fumaça sobre os problemas que rondam as paredes do Piratini. A começar pelo DETRAN e sua CPI.

Não fosse a sorte, principalmente no setor produtivo, que gerou dividendos e avalizou o tão aclamado empréstimo ao BIRD, o bode do caixa quebrado ainda estaria na sala, ampliando a desordem da casa. Sem dinheiro, não se faz. Com dinheiro, ao que tudo indica, se corrompe.

Sem medidas práticas ou eficientes na administração e com integrantes do governo associados aos problemas de malversação do dinheiro público, é difícil acreditar em um "novo jeito de governar". Nada de prático no combate à corrupção tem sido visto por parte de Yeda. Sem outra opção, catapultar secretários para fora da hoste governista tem sido o único método utilizado. Do contrário, a credibilidade e a sustentação do Governo jaziam no palácio.

Prova disso é a troca de Záchia para a SEDAI, visivelmente distanciado da Governadora. Mais recentemente, o pedido de demissão (sugerido?) de Ariosto Culau, secretário do planejamento. Na fila estão Delson Martini, secretário-geral de goveno, e José Francisco Mallman, fiel oriundo da Polícia Federal, responsável pela Operação Rodin – origem da CPI do lamacento DETRAN.

Mas a ciranda de secretários e diretores de autarquias não é suficiente para assegurar apoio (já questionado pela base) ao governo estadual, desgastado desde o final de 2007 com malogro na tentativa de aumentar o ICMS. Também há o descumprimento de promessas de camapanha. O governo vai mal, instável e sem respaldo. O Estado corre perigo!

Não é só isso: o TCE (Tribunal de Contas do Estado) investiga as denúncias de Feijó — o vice intrigante —, com relação ao Banrisul. Foram apontadas irregularidades como dispensa indevida de licitação, subcontratações e evasão de tributos. Esse filme já assistimos em lição ministrada pelos comparsas do DETRAN. Lá, o rombo pode girar em torno de R$ 40 mi; no Banrisil, R$ 100 mi. E ainda tem a casa da própria governadora.

Motivados pela corrupção que assolava o governo, a mídia e a mobilização da oposição (que ainda se mantém rancorosa no RS) derrubaram o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu o impeachment (cassação do mandato). Os gaúchos nunca presenciaram tempos tão evidentes de mau agouro.

À época de Collor, não tínhamos ainda as facilidades que a tecnologia e os "podcasters" (com suas fotos e vídeos) têm de nos manter informados através da internet. Hoje, nem um chopp passa desapercebido.

Precisamos ficar atentos às próximas manchetes!

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