quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Planejamento por debaixo da “ponte”


 (Publicado no Jornal de Centro)

Para a história da cidade, o Viaduto Otávio Rocha, que passa sobre a Borges de Medeiros na altura da Duque de Caxias, é um dos marcos mais visíveis no Centro. Foi construído em 1914, tombado em 1988 e reformado em 2001. Desde sua criação, sofre com depredações.

Ali, estão situadas, quase que desapercebidas pelos transeuntes e pela pressa do nosso dia-a-dia, 36 lojas com produtos que vão desde artigos religiosos a barbearia e venda de discos vinil. O que não foge aos olhos de quem passa é a deterioração do local, tanto nas escadarias quanto nos arcos da Borges com suas paredes pichadas.

Os banheiros que ali existiam, bem como as escadarias centrais que interligam Duque e Borges e que são desconhecidas da população, foram fechados pela prefeitura. Dia e noite, usuários de drogas e desabrigados freqüentam ou se “hospedam” pelos degraus.

Mas, depois da reforma até hoje, onde estava a prefeitura para garantir os cerca de 1 milhão de reais de investimento? Quando se reforma, não se pensa em manutenção? Por que as sugestões dos comerciantes com relação à segurança não foram atendidas? Por que as pichações e infiltrações continuam?

Agora, servindo de mais um exemplo de obra de ano eleitoral, como ocorre com a construção do camelódromo (prometido para maio) e o asfaltamento das ruas mais visíveis, algumas reivindicações estão em estudo. Para o problema das pichações, por exemplo, a terceirização dos problemas se deu pelo disque-pichação da Guarda Municipal. Ou seja, a prefeitura exime-se de manter o patrulhamento e transfere a fiscalização para o cidadão, trabalhando exclusivamente sob demanda.

Para a segurança, oito câmeras de monitoramento foram prometidas para serem instaladas. Já é um começo, mas ainda não é o suficiente e promessas têm que ser concretizadas. Quando isso acontecer, pode evitar furtos de cabos e luminárias e talvez alguns atos de vandalismo que ali ocorrem. Mas resolve o problema dos desabrigados que usam o local como moradia? Ou será apenas um “Big Brother” para a prefeitura?

Ora, quando fazemos, nós, qualquer tipo de investimento, sempre nos preocupamos em como iremos mantê-lo depois, é assim com carro, casa e nossos bens particulares. Se isso nos parece tão óbvio por que o poder público não o faz?

O Executivo deve pensar suas soluções para a cidade e para o Centro de maneira planejada para que qualquer recurso público seja bem aproveitado. Nosso bairro, deve servir de modelo como solução para os demais!

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