quarta-feira, 2 de junho de 2010

Política e Meio Ambiente

Política e Meio Ambiente
Passadas as discussões iniciais, surgidas mundialmente na década de oitenta, o tema ecologia passou a ser agendado nas pautas da mídia e da política. Hoje, na gama de assuntos politicamente corretos, o desenvolvimento sustentável é tema corrente.
Neste final de semana, celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, criado em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de chamar a atenção para o assunto e trazê-lo à baila das decisões governamentais. Após 36 anos de sua criação, as ações de sustentabilidade sobrepujaram a data e fazem parte do dia-a-dia.
A partir daí, institucionalizou-se o debate, de onde surgiram eventos globais que culminaram no Japão, com o famoso e polêmico Protocolo de Quioto (simploriamente: um tratado de boas intenções internacionais para a diminuição do efeito estufa). Porém, essa “simplicidade” atinge diretamente a matriz energética de países desenvolvidos, suas economias e mercados financeiros, causas mínimas da polêmica.
Dessas demanda e com a presença de grande número de chefes de estado, tivemos a ECO-92 (Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento), onde e quando se popularizaram matérias como biodiversidade, preservação, mudanças climáticas e o “desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, com uso razoável dos recursos da terra e preservação das espécies e habitats naturais”, conforme menciona o Relatório de Brundtland, precursor do jargão desenvolvimento sustentável.
Tamanha a importância política do assunto e sua repercussão que, à época, o então presidente Fernando Collor de Mello transferiu a capital nacional de Brasília para o Rio de Janeiro durante a realização do evento. De lá para cá, ambientalista têm, de certa forma, se infiltrado nos partidos políticos.
O motivo é simples e se faz mais notório em anos como este, de eleição e de disputa. Não se pode defender uma bandeira (ideologia) que dependa de decisões de governantes sem passar a fazer parte do governo. Para isso, é preciso ter uma agremiação, um partido.
Dessa necessidade e com uma identidade mundial, nasceram os “pevês” e os verdes, partidos criados basicamente por pessoas ligadas à causa ecológica. Neste pleito, assim como ocorre na Colômbia e no Brasil, seus representantes disputam eleições presidenciais.
Hoje, institucionalizadas em ministérios, secretarias municipais e estaduais, as causas do meio ambiente já possuem notoriedade, mas ainda são tratadas como secundárias. É preciso estabelecer um papel de protagonismo para o tema. O Collor já sabia disso.

Clei Moraes
Politólogo

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