quarta-feira, 27 de abril de 2011

Na falta de banana, os dildos da FASE. E o governo @tarsogenro se diz sério

Porto Alegre, 12 de abril de 2011. 
 
O sexo e o Estado.

Os 13 pênis da Fase poderão simbolizar um salto na educação, na saúde e na segurança.

Por solicitação da Diretoria Sócio-Educativa da Fase (Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS), ex-Febem, a Central de Compras do Estado (RS)abriu licitação para a compra de 13 pênis de borracha para aquela instituição, que tem 13 unidades de atendimento. Portanto, cada unidade receberá do Estado um pênis destinado às aulas de educação sexual. A partir deste precedente, que envolve menores em situação de risco, creio que em breve também os alunos, tanto do ensino fundamental como do médio, terão direito a aulas sobre sexo devidamente ilustradas com pênis de borracha ou material assemelhado adquiridos em licitações públicas. 
 
Não passando eu de um humilde marquês na atividade de comunicador, neófito sou em experiências pedagógicas, não obstante meus conhecimentos sobre sexo. No entanto, sendo a educação e a saúde as bases para uma real segurança pública, que é a minha seara, permito-me fazer observações sobre a ?operação pênis do Estado?, longe de contestar a sua validade, pois não tenho credenciais para tal. Sigam-me.

        Discriminação. Nessa licitação, que me foi confirmada pela cordial e eficiente assessoria de comunicação da Fase, creio que há uma discriminação, a menos que seja apenas o início de um projeto de maior grandeza. Preocupa-se a Diretoria Sócio-Educativa da instituição apenas na aquisição de pênis de borracha. Ora, o sexo, aquele considerado normal, envolve, minimamente, um pênis e uma vagina. Tudo o que possa ocorrer, aquém ou além disso, são variantes que, seguramente, não estarão no primeiro ciclo instrucional. 
 
No entanto, a licitação não foi estendida para as vaginas de borracha, sabendo-se que elas existem no mercado, o que coloca as mulheres, mais uma vez, em um plano inferior ou até mesmo descartável. Ainda assim, a ?operação pênis do Estado?, que será instalada na Fase, pode ser um anúncio de mais professores, plenas condições de trabalho, sistemas de segurança e de saúde mais eficientes e poderosos e, é claro, salários dignos. Os 13 pênis da Fase, em breve, poderão simbolizar tudo isso. 

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Porto Alegre, 15 de abril de 2011. 

O caso do treze pênis.
 
Ouvidoria da Fase, ao confirmar que o material será adquirido, apresentou o seu enfoque sobre o valor didático da negociação.

Terça-feira última, dia 12, solitariamente, aqui da minha torre - o restante da mídia considerou o episódio como normal, natural - , disse que por solicitação da Diretoria Sócio-Educativa da Fase (Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS), ex-Febem, a Central de Compras do Estado abrira licitação para a compra de treze pênis de borracha para aquela instituição, que tem treze unidades de atendimento. 
 
Portanto, cada unidade deverá receber, concluída a compra, um pênis para uso exclusivo, por conta do erário. 
 
Não nego que, como um humilde marquês, não raro, caio nas armadilhas da ingenuidade que ainda resta em meu espírito. Por isso, incrédulo, busquei confirmar a insólita negociação. E tal confirmação me foi dada, por telefone, pela cordial assessoria de comunicação da Fase. Em assim sendo, abordei o tema sem entrar nos possíveis detalhes da licitação, que, entre outras coisas, deveriam compreender, além do preço, cor, dimensões, peso e flexibilidade do artefato. Tudo isso longe de contrariar os princípios pedagógicos da Fase, pois não tenho credenciais para isso. 
 
No entanto, questionei que nesse projeto não tenham sido integradas treze vaginas que completariam o kit para aulas de educação sexual, sem o que será incompleta a orientação para o chamado sexo seguro. Considere-se também que, como os pênis de borracha ou de outros materiais assemelhados, também há vaginas no mercado.

Ouvidoria. Sobre o que chamo de "Operação pênis estatal", recebi, ontem, e-mail da Ouvidoria da Fase que transcrevo na íntegra: "Wander, a compra de material destina-se a auxiliar os profissionais de saúde nas consultas e atividades de grupos voltadas à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos, ações de higiene, autocuidado, paternidade consciente e gravidez na adolescência. Estas ações em saúde são preconizadas pelas políticas de atendimento voltadas a nossa clientela, sobretudo à prevenção de novos casos de paternidade precoce e gravidez na adolescência". 
 
Ao agradecer o tratamento carinhoso de Wander, com o qual fui contemplado pela Ouvidoria da Fase, e também ao considerar a riqueza de material didático existente na internet e nas mais modestas bibliotecas do planeta sobre o tema, ferramentas que vão muito além dos pênis de borracha que serão patrocinados pelo erário, deixo para os leitores interpretarem esse episódio, mas sempre questionando a ausência das vaginas. 

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Porto Alegre, 17 de abril de 2011. 

O caso dos treze pênis.

Epílogo. Eis uma glória na área da educação ou da reeducação que estará, para sempre, no patrimônio do Rio Grande.

É possível, tudo é possível, que, não só no Rio Grande, pedagogos tenham acordado, embora sem sucesso, para a necessidade desses meninos da Fase, especialmente os infratores, que já assaltaram, mataram gente, agrediram professores, pais e vizinhos e, no conjunto dos menores delitos, traficaram e consumiram drogas, necessitem de um processo de reeducação que tenha em um de seus pontos fundamentais uma criteriosa orientação sexual. 
 
Afinal, como abordei na sexta-feira, fundamentado em informações oficiais, no entorno da clientela da Fase há os fantasmas permanentes de doenças sexualmente transmissíveis, a necessidade de métodos contraceptivos, de ações de higiene, de autocuidado, esclarecimento sobre paternidade consciente e gravidez na adolescência. 
 
Trata-se de fenômeno nacional, quiçá internacional.

Inegável que as questões sexuais influenciam todas as atividades dos seres vivos e, especialmente, da criatura humana, que, desde tempos imemorais, cultiva a cultura do sexo por prazer, o que ocorre com certa frequência até mesmo entre os membros do reverendo clero católico. A carne, sempre a carne. Mais do que isso, esse prazer, que era limitado a jovens e pessoas maduras, hoje se estende aos velhos, graças aos milagres da ciência. 
 
É, pois, muito sério esse problema - ou esse prazer - quando se trata de meninos ou meninas que vivem em situação de risco, sem qualquer tipo de disciplina e com o tesão na plenitude. Nessa moldura, somente o Rio Grande, que se ufana de ser o Estado mais politizado do País, poderia encontrar um caminho destinado a revolucionar essa área da educação e reeducação.

A solução idealizada pelos pedagogos da Fase gaúcha, como todas as ideias inovadoras, de plano, está a sofrer reações de grupos e de indivíduos isolados. Eu sou um dos indivíduos isolados, mas isso não tem importância maior devido a minha condição de humilde marquês. 
 
Como abordei em duas colunas recentes, a pedido da Fase, o Estado anunciou uma licitação para a compra de treze pênis de borracha. Ora, se todos os pedagogos do País adotarem o uso desse equipamento para menores em situação de risco, teremos uma explosão na indústria de pênis, o que é bom para a economia. De outra banda, haverá a discussão se os pênis deverão ser somente brancos ou se os negros também terão a sua cota. Um debate politicamente correto. O tamanho do artefato estará em estudo, pois influirá no custo final.

Fiquemos na Fase gaúcha. Digamos que um pênis venha a desaparecer. Tudo é possível. E, em momento algum, devemos esquecer que a compra está sendo feita através de licitação pública. Logo, será paga pelo erário. Isso significa que cada um de nós será responsável por tal aquisição. O desaparecimento de um pênis deverá provocar, no mínimo, uma sindicância, e, se a coisa evoluir, até mesmo o Ministério Público terá de intervir. Haverá, inclusive, a responsabilização de quem estava com a guarda do pênis, o que iria estourar em uma professora ou em um professor. 
 
No entanto, o objetivo da compra do material fala mais alto. Em síntese, o Rio Grande entra na história como o primeiro Estado a fazer uma licitação pública para a compra de treze pênis de borracha. Esta glória ninguém vai nos tirar.

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