quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Artigo: A nova oposição



Após o término da Era Militar, a Constituição de 1988 consolidou o presidencialismo. Desde então, sobrevieram agremiações partidárias que procuram  representar diversos setores e anseios da sociedade, matizes originadas entre esquerda e direita.
Com o movimento “Diretas Já”, reconquistamos o direito ao voto presidencial. É verdade que, por vezes, tropeçamos em nossas escolhas, característica do exercício da liberdade democrática. Todavia, já nos organizamos em “caras pintadas” e hoje o fazemos pelas redes sociais. Mantemo-nos alertas e caminhamos a passos largos na consolidação do Estado Democrático de Direito e na escolha de nossos representantes.
Nesse alicerce, elegemos os presidentes do Brasil. Agora, com a presidente Dilma, são decorridos dez anos em que nosso país é dirigido por um mesmo partido. Com o regime presidencialista apoiado por diversas siglas e em nome da governabilidade, governo e base aliada (partidos que compõem o governo) aglutinaram conquistas e derrotas.
 No aspecto econômico, enfrentamos a crise internacional sem que o pesadelo da inflação ou da recessão nos atingisse diretamente. Com medidas preventivas, mantivemos, mesmo que modestamente, os patamares da economia e da sociedade.
De outro lado, a oposição, quando derrotada no Congresso Nacional, costuma recorrer ao Supremo Tribunal Federal buscando atravancar o governo e judicializando o Legislativo, tendo como motivador o rancor eleitoral.
Diante dessa rivalidade e do desgaste pelo qual passa o governo é preciso deixar de lado o revanchismo e buscar um posicionamento propositivo. Melhorar o que está bom e o que está ruim, destravar reformas importantes como a política e a tributária. O Brasil é o bem maior, acima das disputas, onde a corrupção deve ser combatida e as barganhas abandonadas.
Essa é a “Nova Oposição”, consciente da necessidade de ser autocrítica e fazer parte do governo. Sabedora de que oposicionismo em si não se sustenta nem se estabelece, mas se faz com propostas e soluções, pró-ativa em fiscalizar e propor.
A nova oposição é feita, sim, por partidos, mas acima de tudo, por ideias e pelo ideal de que o governo de um país não se constrói sozinho, mas com apoio de partidos e da participação popular.

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