Sou machista. Claro. Como todo bom gaúcho de origem. Mas tenho que admitir que os tempos são outros, e machismo e feminismo também são outros. Porém, mais de um caso de boicote ao humor veio à mídia usando este falso debate.
Na última semana, servindo-se de pretextos para já praticar o cerceamento da liberdade de expressão, políticos mostraram suas garras. Primeiro, contra um apresentador de TV que fez um comentário possivelmente sexista; depois, com a manifestação do governo contra um comercial de televisão e a “violência simbólica” exibida em um quadro de humor.
Isso porque — independente de origem, credo ou sexo —, o politicamente correto tomou conta de nossas falas, e a censura prévia o incorporou como bandeira. Não podemos mais fazer piada. Pelo menos é isso que alguns segmentos governamentais e/ou, da sociedade organizada querem nos levar a crer. O humor pode estar com os dias contados.
Em viagem pela Europa e distante desse tema, a presidenta — e esta é expressão que ela sugere usar — causava inveja em Hillary Clinton e desfilava poder feminino pela Bulgária enquanto uma de suas soldadas preocupava-se com as calcinhas da Gisele Bündchen.
Dilma, eleita, levou ao poder uma gama de asseclas mulheres e quotizou ministérios, autarquias e funções governamentais. Talvez por revanchismo histórico, talvez não. Independente disso, o mundo já é governado por cerca de dez mulheres em seus respectivos países e algumas delas exercem influência mundial.
Aqui, não obstante à preocupação equivocada de algumas feministas com o humor alheio, o Congresso Nacional foi iluminado com luzes coloridas, em uma referência ao Outubro Rosa – movimento mundial que alerta para o problema do câncer de mama.
Também parlamentares manifestaram-se referindo-se aos cinco anos de conquista da Lei Maria da Penha, que (não estranhem) defende homens e mulheres e não faz distinção de gênero.
São esses temas, o enfrentamento da violência contra a mulher, o assédio sexual e moral, a discriminação no trabalho, a participação efetiva e representativa das mulheres em todos os campos, principalmente na política, que devem ter relevância para as feministas de plantão, e não a preocupação pequena com o humor.
Mulheres, sigam o exemplo do trio de ativistas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee, ambas liberianas, e Tawakkul Karman, do Iêmen, que venceu o Prêmio Nobel da Paz deste ano, e preocupem-se com temas nobres e mantenham o bom-humor.
Por fim, sem entrar no dilema chauvinista, o machismo do qual falava ao iniciar o artigo foi mera piada.
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