Ministro sem noção
Vale para o ministro Carlos Lupi a máxima de que nada é tão ruim que não possa piorar. Acuado por denúncias de corrupção em seu ministério, apelou para a fanfarronice na hora de se defender e se deu mal. Disse que só deixaria o cargo abatido a bala, mas que teria de ser munição pesada, porque é pesadão. Em tom desafiador, duvidou que a presidente Dilma Rousseff pudesse demiti-lo pelas denúncias publicadas na revista Veja ou mesmo na reforma ministerial. Sinal de que Lupi, embora se declare amigo de Dilma desde quando ela militava no PDT, não a conhece de fato.
Dilma, que não costuma brincar com coisa séria, enquadrou o ministro do Trabalho. Para não deixar dúvida de que ficara incomodada com suas gracinhas, na quarta-feira mandou a ministra-chefe da Casa Civil avisá-lo de que teria de se retratar. Poderia ter passado a carraspana em uma audiência privada, mas quis mostrar que não admite ver sua autoridade arranhada por uma entrevista desastrada de um ministro garganta. Gleisi transmitiu a insatisfação, disse a Lupi que ele se excedeu e lembrou o bê-á-bá da cartilha do poder: quem nomeia ou demite ministro é o presidente da República.
No mesmo dia, Lupi correu a se retratar. Disse que foi mal compreendido, que não estava desafiando a presidente e que considerava a crise superada. Ontem, diante de dezenas de repórteres que cobriam seu depoimento na Câmara, Lupi conseguiu piorar o que já estava péssimo. Na tentativa de consertar o estrago, culpou seu sangue italiano por falar demais e fez uma patética declaração de amor à chefe:
– Presidente Dilma, desculpe se fui agressivo, não foi minha intenção: eu te amo.
Só faltou fazer o abominável coraçãozinho no ar, unindo os polegares e os indicadores.
A reação da presidente, numa improvisada entrevista depois da cerimônia de sanção da lei que altera o Supersimples, foi típica de quem não gostou. Quando jornalistas perguntaram o que ela achou da afirmação de Lupi, a presidente cortou:
– Ah, gente, vocês acreditam mesmo que eu vou responder assim? Vocês não acreditam, não é? Nessa altura do campeonato, me desculpa, isso... Vamos, vamos... Além disso, o que mais que a gente quer conversar?
Dilma, que não costuma brincar com coisa séria, enquadrou o ministro do Trabalho. Para não deixar dúvida de que ficara incomodada com suas gracinhas, na quarta-feira mandou a ministra-chefe da Casa Civil avisá-lo de que teria de se retratar. Poderia ter passado a carraspana em uma audiência privada, mas quis mostrar que não admite ver sua autoridade arranhada por uma entrevista desastrada de um ministro garganta. Gleisi transmitiu a insatisfação, disse a Lupi que ele se excedeu e lembrou o bê-á-bá da cartilha do poder: quem nomeia ou demite ministro é o presidente da República.
No mesmo dia, Lupi correu a se retratar. Disse que foi mal compreendido, que não estava desafiando a presidente e que considerava a crise superada. Ontem, diante de dezenas de repórteres que cobriam seu depoimento na Câmara, Lupi conseguiu piorar o que já estava péssimo. Na tentativa de consertar o estrago, culpou seu sangue italiano por falar demais e fez uma patética declaração de amor à chefe:
– Presidente Dilma, desculpe se fui agressivo, não foi minha intenção: eu te amo.
Só faltou fazer o abominável coraçãozinho no ar, unindo os polegares e os indicadores.
A reação da presidente, numa improvisada entrevista depois da cerimônia de sanção da lei que altera o Supersimples, foi típica de quem não gostou. Quando jornalistas perguntaram o que ela achou da afirmação de Lupi, a presidente cortou:
– Ah, gente, vocês acreditam mesmo que eu vou responder assim? Vocês não acreditam, não é? Nessa altura do campeonato, me desculpa, isso... Vamos, vamos... Além disso, o que mais que a gente quer conversar?
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