“O
que a política ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a política.”
A
citação, parafraseada do filósofo Alemão Friederich Hegel, serve para
contextualizar – ainda que descrente por alguns – o momento político de euforia
pré-eleitoral em que vivemos.
fonte imagem: http://bit.ly/19W6lUe |
Quando
o ex-presidente Lula antecipou o debate da sucessão presidencial, ao afirmar
que a candidata seria a atual presidente (e não ele), tudo parecia um pouco
mais de mesmice em nosso quadro eleitoral. Mais uma vez, PT X PSDB comporiam o
cenário da disputa em 2014.
À
época, o mais próximo de uma surpresa seria a candidatura do ministro Joaquim
Barbosa, que se embalava nos holofotes que o julgamento do mensalão lhe
proporcionara. Nada de novo no front.
Depois,
entre tapas e beijos, surge a possível candidatura à presidência do deputado
Feliciano, mais conservadora e ligada ao meio evangélico. Passada a
efervescência midiática, o que restou foi a possibilidade de uma candidatura
nanica nesse campo.
Mais
recentemente, a pauta que ainda repercute é a filiação, “aos 48 do segundo
tempo”, de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos, candidato advindo da base do
governo federal, sendo ambos ex-ministros do Governo Lula.
Mas
quem, de fato, não aprendeu nada nesses movimentos foi o marqueteiro do governo
e da candidata Dilma, que disparou contra os “anões” candidatos. Na mesma
linha, nesta semana, Dilma passou a “bater” na nova dupla de adversários,
provando que política não ensina.
Por
quê? Ora, as respostas às ruas não foram dadas. As ações do governo e
tentativas de reformas e “novidades”, entre elas a política, caíram no
ostracismo. Exemplo: ministros e outros donos do poder continuam a passear de
aeronaves, até mesmo com aquelas reservadas ao SAMU.
Além
disso, as manifestações violentas se infiltraram, cobertos ou não por máscaras,
ao mais generalizado tipo de movimento, afastando o apoio popular inicialmente
conquistado (lembrem que em 1964 havia cenário semelhante, a população se
socorreu no regime militar). Não aprendemos nada?
Com
as mobilizações enfraquecidas, o Congresso voltou a sua habitual letargia e,
daqui até o outubro do próximo ano, não se vislumbram votações e decisões que
possam arranhar o cristal da classe política.
Diante
desse quadro, o que ainda mobiliza eleitores é a própria disputa eleitoral. A
um ano das eleições, com os principais atores já posicionados e a expectativa
diante de pesquisas, a política tem servido apenas para bate-papo ao final da
tarde.
Como
diria Hegel (27/08/1770 a 14/11/1831): “O verdadeiro é o todo.”
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