sexta-feira, 18 de outubro de 2013

#Artigo: Política ainda que à tardinha


“O que a política ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a política.”

A citação, parafraseada do filósofo Alemão Friederich Hegel, serve para contextualizar – ainda que descrente por alguns – o momento político de euforia pré-eleitoral em que vivemos.
fonte imagem: http://bit.ly/19W6lUe
Quando o ex-presidente Lula antecipou o debate da sucessão presidencial, ao afirmar que a candidata seria a atual presidente (e não ele), tudo parecia um pouco mais de mesmice em nosso quadro eleitoral. Mais uma vez, PT X PSDB comporiam o cenário da disputa em  2014.
À época, o mais próximo de uma surpresa seria a candidatura do ministro Joaquim Barbosa, que se embalava nos holofotes que o julgamento do mensalão lhe proporcionara. Nada de novo no front.
Depois, entre tapas e beijos, surge a possível candidatura à presidência do deputado Feliciano, mais conservadora e ligada ao meio evangélico. Passada a efervescência midiática, o que restou foi a possibilidade de uma candidatura nanica nesse campo.
Mais recentemente, a pauta que ainda repercute é a filiação, “aos 48 do segundo tempo”, de Marina Silva ao PSB de Eduardo Campos, candidato advindo da base do governo federal, sendo ambos ex-ministros do Governo Lula.
Mas quem, de fato, não aprendeu nada nesses movimentos foi o marqueteiro do governo e da candidata Dilma, que disparou contra os “anões” candidatos. Na mesma linha, nesta semana, Dilma passou a “bater” na nova dupla de adversários, provando que política não ensina.
Por quê? Ora, as respostas às ruas não foram dadas. As ações do governo e tentativas de reformas e “novidades”, entre elas a política, caíram no ostracismo. Exemplo: ministros e outros donos do poder continuam a passear de aeronaves, até mesmo com aquelas reservadas ao SAMU.
Além disso, as manifestações violentas se infiltraram, cobertos ou não por máscaras, ao mais generalizado tipo de movimento, afastando o apoio popular inicialmente conquistado (lembrem que em 1964 havia cenário semelhante, a população se socorreu no regime militar). Não aprendemos nada?
Com as mobilizações enfraquecidas, o Congresso voltou a sua habitual letargia e, daqui até o outubro do próximo ano, não se vislumbram votações e decisões que possam arranhar o cristal da classe política.
Diante desse quadro, o que ainda mobiliza eleitores é a própria disputa eleitoral. A um ano das eleições, com os principais atores já posicionados e a expectativa diante de pesquisas, a política tem servido apenas para bate-papo ao final da tarde.
Como diria Hegel (27/08/1770 a 14/11/1831): “O verdadeiro é o todo.”

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