quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Artigo: O que os governantes podem fazer por mim?

Exercemos o modelo de democracia representativa (nós elegemos quem decida sobre nossos anseios de Estado). Os eleitos — e o grupo que está no poder — foram escolhidos para decidir por nós. Esse é o princípio.
Outra forma de exercermos nossos direitos  e participação é a democracia direta. Nela, decidimos sobre questões que nos afetam agindo diretamente. Os plebiscitos são o maior exemplo e, aqui no Estado, em alguns municípios como a capital, temos o elogiado orçamento participativo.
Entretanto, somos inexperientes (e inocentes) diante de grandes democracias mundiais. Mal praticamos a nossa soberanamente e, segundo o Latinobarômetro.org, “apenas 33% dos brasileiros - índice igual ao da Venezuela - declararam-se satisfeitos com a democracia”.
São esses índices que fazem crer que, se há possibilidade do exercício de sufrágio universal, do voto, isto basta para aqueles que o exercem e o entendem como suficiente para o seu democratismo. Cenário que  concretiza que, feita a nossa parte, lavamos as mãos.
Contudo, não é apenas a eleição de um representante central que garante a democracia. Há ainda poderes que, baseados na Constituição, inter-relacionam-se com o Estado: Legislativo e Judiciário, Ministério Público e Tribunais. Infelizmente, instituições atualmente deturpadas através de nomeações políticas e escândalos de corrupção em todos os níveis.
Nesse complexo emaranhado e na falta de mecanismos que incentivem (e mantenham) a participação da população, está o descrédito dos políticos envoltos em barganhas, interesses e projetos eleitorais e/ou eleitoreiros, privilegiados por usufruir das benesses institucionalizadas.
Consequência direta ao presenciar a isso, ansiamos também por benefícios. Está tipificado o atual modelo de governo, do federal ao municipal. O assistencialista! Esperamos um Estado que nos socorra, queremos nosso “bolsa-alguma- coisa” ou o vale isso ou aquilo.
Assim, elegemos representantes vazios, que acabam sustentando a essas reivindicações em meio a promessas impossíveis e subsequente inchaço do  Estado – defendido pelos atuais governantes de “esquerda” em detrimento ao Estado mínimo!
Em outra época, quando John Kennedy proferiu a célebre frase “Não pergunte o que o país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pelo país” estava em campanha pela opinião pública na tentativa de resolver crises internas e econômicas e conflitos envolvendo Cuba e a invasão do Vietnã.
Não vivemos esses tempos, e aqui a frase não se aplica. Diferente do patriotismo americano, o discurso dos gaúchos, o bairrismo nosso de cada dia serve apenas para alardear que somos o Estado mais politizado. Mera retórica.
Ao final, quando se fala em direitos e do que esperamos de nossos governantes (sem eximi-los da responsabilidade para a qual foram eleitos), o assistencialismo grita mais alto: somos brasileiros!

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