quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Zero Hora: Entrevista do ex-governador e quase sem-teto Senador Simon


A cara de pau na política perdeu os limites, depois do aumento do próprio salário (que também receberá de pensão), Simon lamenta perder a pensão a ex-governadores e diz que é fransciscano:




ENTREVISTA
“Eu não conseguia mais manter minha casa”
Pedro Simon, senador pelo PMDB
Depois de recusar por duas décadas a pensão de ex-governador, o senador Pedro Simon solicitou o benefício no final do ano passado. Agora, ele recebe a aposentadoria especial e o salário do Senado, que, a partir de fevereiro, subirá de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil.


Segundo o parlamentar, ele pediu a pensão antes de o Congresso reajustar os salários de senadores e deputados:


– Nunca recebi um telefonema sobre isso (sobre o fato de ter recusado a pensão por anos). O primeiro mês que recebo, já estão me ligando.


Zero Hora – Por que o senhor abriu mão por tanto tempo e agora solicitou o benefício?


Simon – Abri mão por 20 anos. Sempre fui contra. Queria viver do meu salário como senador. Mas aí, no Senado, passei o tempo todo brigando. Quando eu pedi (o benefício de ex-governador), um senador ganhava R$ 16 mil brutos, que dava R$ 10 mil líquidos, e aí ganhava R$ 18 mil de verba de representação. Sempre me neguei a receber essa verba, porque acho que ela é camuflagem. Tu tens que ganhar o salário e viver dele. Mas passaram cinco anos sem mexer no salário, e a verba de representação passou de R$ 6 mil para R$ 18 mil. Eu não estava mais conseguindo viver.


ZH – O senhor já recebe a pensão?


Simon – Por 20 anos não recebi. Nunca recebi um telefonema sobre isso. O primeiro mês que recebo, já estão me ligando. Tem gente que recebe verba de ex-deputado que não recebo. Passei 20 anos sem receber como de ex-deputado e como ex-governador e nem a representação do Senado. Mas chegou um momento em que eu estava brigando com a mulher, não conseguia mais manter minha casa.


ZH – Como o senhor avalia a proposta da OAB de cassar o benefício?


Simon – Se cassarem, não fico chateado. Não vou contestar. Só acho engraçado que meu destino é muito assim: recebem há 40 anos, eu vou receber agora e a OAB vai cassar. Nasci para ser franciscano.


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