A cada dia que passa, torna-se mais difícil entender o que se passa na política brasileira. Não se trata das caras e bocas nauseantes que o assunto impõe quando pauta uma mesa de bar. É pior.
Manifestações. Aqui cabe um voto de solidariedade ao prefeito da capital Porto Alegre-RS que, mais uma vez, assistiu a manifestantes depredarem o patrimônio público. Eleito, não deveria ser ele o legítimo representante para conduzir as ações do paço municipal?
Manifestantes. Com a participação de partidos ou não, há que se manter um princípio: não são terroristas. Terrorismo é outra coisa, e quaisquer atitudes e legalização velada de um fio de repressão arbitrária não se justificam. Nem mesmo impedir o discutível uso de máscaras ou apoiar iniciativa da lei municipal que o proíbe.
Contraditório. Após alardear crescimento do PIB estadual (na verdade, um zero a zero se considerado o déficit anterior), o governador diverge com o prefeito se vai ou não ter Copa, sobre quem paga o quê ou de quem serão os dividendos. Não há recursos? Ambos pertencem a partidos que integram a base do Governo Federal.
Mistura. É o exemplo acima. Se, agora, volta a repetir-se a reivindicação pelo transporte público, barato e de qualidade (e não por vinte – ou quinze – centavos) e se o orçamento é um só, o nosso dinheiro de contribuinte, por que não se pode subsidiá-lo ao invés das estruturas temporárias para os estádios?
Bagunça. Essa é a palavra que deve tilintar pela cabeça dos “vamos-quebrar-tudo” que vagueiam sem rumo nem líder, de um lado pra outro. Atitude natural daqueles que reagem ao que não conseguem assimilar: a política. Política é matéria indigesta.
Brasília. É lá o palco que deixa atônita a plateia (ou a patuleia, perdoado o trocadilho). No ato atual, situação e oposição (e a beleza está nos olhos de quem vê) digladiam-se em fazer, ter, integrar, atrapalhar, aqui ou acolá, uma CPI, com deputados ou senadores, mista, juntos ou misturados. Ninguém se entende.
Democracia. Em algum momento, em um livro de história estava escrito algo como: “é a vontade da maioria”. Ok. Mas, qual maioria disse que queria Copa ou ônibus mais caro e carro mais barato? E quem quer um legado?
Representatividade. A culpa é dela e da mania obrigatória que temos de votar e eleger nossos representantes. Eles decidem. Decidir é ter poder. E quem o tem não compartilha. Silogismo: não opinamos, pois a democracia direta não faz parte de nossas ferramentas.
Minoria. Assim como os manifestantes e seus bloquinhos pretos, elas dominam em castas a nossa política. Reivindicam em causa própria, criam cotas, exceções, lobistas, políticas e políticos. Vivemos a era das minorias!
Pior. Pior seria não ter Copa, não ter manifestação, nem ônibus pra chegar ao jogo ou até a urna. Em ano eleitoral, pior seria deixar tudo como está e chegar à conclusão: #NãoVaiTerVoto.
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