Nas ruas, vimos pessoas que, agora, neste segundo turno, carregam bandeiras da instituição petista, não do candidato Raul. Uma das causas é a perpetuosidade dessa militância na prefeitura, a justificativa para que assim o façam e pratiquem. Funcionários públicos da prefeitura, os famosos municipiários, foram recentemente pagos, com aumentos e gratificações. Os cargos em comissão, alguns deles ocupados pela mesma pessoa há 16 anos, sofrem do aumento em cascata, pagos também. Conselheiros da principal bandeira da atual administração popular são pagos com o temor de perder a participação, artistas são pagos pela oportunidade de valer-se de projetos culturais da prefeitura, não se questiona o mérito, mas o método, o mesmo que cria capelas de devotos na cultura, no turismo, e nas áreas de assistência popular e acesso à informação.
Os excluídos da folha de pagamento do PT na prefeitura, os militantes de carteirinha, agora são pagos com showmícios. Pra só assim se ver novamente a tão malfadada e temida — pelos oposicionistas — maré vermelha. Os demais, os eleitores não identificados, os simpatizantes, são pagos com obras que permaneceram paradas durante o ano para serem retomadas somente agora.
O PT é, em Porto Alegre, hoje, uma grande máquina-de-pagar-militantes, de propaganda partidária e de marketing político, que se vale de técnicas de comunicação para transmitir um discurso enquanto exerce outra prática, ao estilo faça o que eu digo e não o que eu faço. Enquanto isso, o Duda Mendonça vira militante.
Não vemos pessoas carregando bandeiras do Pont na rua, pois não é ele quem os patrocina, é a instituição. Ao contrário dos partidos, que personificam suas bandeiras, seus candidatos, independentes de qual agremiação defendam ou com a qual se identifiquem. Não votam os porto-alegrenses no Raul, mas na máquina administrativa petista.
Não se trata de carregar, especificamente, a bandeira do Fogaça, mas sim de ser o outro, o cara que não é do PT, do OP, um ET!
31/05/07
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