sábado, 1 de março de 2008

O PT, os outros e passionalidade - III

A resposta fácil, e deixar de pagar por ela, não é tão natural quanto parece. Personificado pelo Mendonça, que além de responsável pela imagem do PT, do presidente e de grandes projetos como o Fome Zero, foi protagonista em flagrante de rinha de galos e chegou a ser afastado do comando da campanha de Marta, o marketing e suas divisas são tratados como ferramentas da direita perante os candidatos petistas.


Pagar é desforra, é recompensa, retribuição e, como tal, pode ser tema de retórica. A forma de pagamento de eleitores pode ser direta, funcional. Sabemos que o índice de desemprego em Porto é um dos menores das capitais do Brasil, cerca de 10% segundo o IBGE. Também sabemos que a informalidade e os empregos temporários são práticas comuns em nosso comércio. Com os partidos políticos não é diferente, é uma espécie de oferta de emprego de final de ano quando temos eleições. Neste contexto, uma oportunidade de emprego é aproveitada por qualquer eleitor necessitado, seja como panfleteiro ou, perdoando o trocadilho, bandeireiro. Embora não admitam, com o PT, não é diferente.

Já na prefeitura, a forma de recompensa é outra. João Verle, o ex-vice, que substitui o peremptório, anunciou, no dia 14 de outubro, um pacote de benefícios para os servidores municipais que incluiu o aumento de 14,29% do vale-refeição, cujo valor estava congelado havia dois anos, além de progressões, gratificação de incentivo a arrecadação e abono permanência (como se pode ver no link http://www.portoalegre.rs.gov.br/noticias/Default.asp?proj=81&secao=369&m1=25802) . Mobilizou, de fato, pois o aumento foi divulgado amplamente, na mídia e no Site da Prefeitura. O tiro no pé de mobilização conseguiu reunir cerca de 500 muncipiários junto à prefeitura, protestando contra a medida eleitoreira.

Outro pagamento eleitoreiro vem em forma de entrega de obras para a população, um dos itens da cartilha Duda/Maluf de marketing político. No sábado, dia 23, uma das propostas do atual candidato da Frente Popular foi entregue aos cidadãos: o último trecho da duplicação da Avenida Teresópolis, os 12,3 quilômetros da 3ª Perimetral, não sem antes deixar faltando a ligação entre as avenidas Aparício Borges e Teresópolis. Aqui chamamos de Perimetral; em São Paulo, de linhas.

Não se trata de questionar os marqueteiros, mas a masturbação de falácia pela qual os eleitores vestidos da armadura de militância se valem. Se de um lado é tácito que este tipo de estratégia existe no período eleitoral, de outro, há um discurso e outra prática e, para isso, a população é instigada a representar em cima de técnicas de comunicação, como espiral do silêncio, que, em poucas palavras, tende a ressaltar o silêncio imposto pela opinião dominante, veiculada, sobretudo, pelos meios de comunicação, provocando assim uma imposição do silêncio àquelas supostas vozes discordantes, tornando a opinião majoritária ainda mais dominante, técnica esta muito utilizada nos meios de comunicação dos governos petistas e do próprio PT, interna e externamente.

Mas ainda não podemos firmar definitivamente nossa hipótese, que, como tal, não é absoluta, a respeito da féria do partido dos trabalhadores com relação à suposta militância-gratuita-e-de-carteirinha sem passarmos pelo “pannis et circences” que são os showmícios.
No final de semana do dia 17, artistas locais, depois de terem devidamente gravados sua participação no horário eleitoral, faziam festa junto ao Gasômetro para tentar angariar mais algum eleitor. Neste final de semana, para “conclamar” a dita maré vermelha de militantes, foi necessária a presença de uma famosa dupla de cantores sertanejos. Somando tudo, os Gastos do PT com shows eleitorais superam R$ 10 milhões, que, segundo a agência de notícias O Estado de São Paulo, tem como principais artistas contratados pelo partido a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, cujas 40 apresentações custarão R$ 3 milhões ao partido.

31/05/07

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