sexta-feira, 7 de março de 2008

A soberania das Farc *

Publicado no Jornal do Comércio de 31/03/08
"A morte me parece uma opção doce."

A citação é de Ingrid Betancourt, que é mantida em cativeiro pelas Farc, e serve para ilustrar a angústia por que passam as pessoas mantidas em cativeiro pela guerrilha. Enquanto estes penan, os governantes brincam de todo poderosos.

Com economia de adjetivos, ainda assim é de pasmar a vocação latino americana de pobres países terceiro-mundistas face a cogitada aventura bélica por "invasão e violação de fronteiras".
Todos estão errados. Primeiramente, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), por seu financiamento ligado ao narcotráfico e ao seqüestro.

Também, a Colômbia, por ter invadido território do Equador, ainda que com o justificado ataque às bases guerrilheiras.

E o Equador que se negara (até quarta) a aceitar o pedido de desculpas feito por aquele país na OEA - Organização de Estados Americanos.

Porém, mais culpado é a Venezuela, mais precisamente seu presidente, que de maneira oportunista vale-se do episódio para "armar" uma guerra. Mas contra os Estados Unidos!

Neste mesmo dia, dando início a sua escalada militar (sem precedentes desde as Malvinas), o senhor da guerra na América Latina, Hugo Chavez, deslocou tropas para a fronteira.

Justifica seu ato a pretexto de combate da expansão do império norte-americano. Entretanto, quase que imediatamente, o absurdo chavista é legitimado pela fala de George "War" Bush, que declarara apoio a Colômbia. Ao passo em que, na quinta (06), o presidente francês barganha a clasificação de terroristas das Farc pela libertação de Betancourt.

Esse absurdo não é o único. O que faziam os guerrilheiros em terras do Equador? Não combatem o governo da Colômbia? Acaso as FARC têm livre acesso territorial vizinho? Indagação necessária: estarão presentes no Brasil?

E mais: por que as organizações internacionais não se manifestaram em defesa da paz enquanto os chanceleres dos paises trocam acusações?

Concomitantemente, no Brasil, que deveria ser um expoente de democracia e defesa da paz, do diálogo continental, o presidente lulinha paz e amor espera pela investigação a ser feita pela OEA.
Titubeou! Era o momento da defesa da paz, e não de insinuações menores e da defesa de teorias ideológicas e de novos inimigos.
(* variante sobre o artigo anterior, de 06/03/08)

Um comentário:

  1. Gostei do teu blog, profissional, interessante, adorei o ovo da serpente. muito bom mesmo.meu blog é marthamaders@hotmail.com

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